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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Moção de Repúdio ao ENEH TRANS

Eai, pessoas!! (rs) Acabou o ENEH (ouve - se aquele gritinho 'ahhhhhhhhhh') e como foi bom politicamente. Entre os vários debates e discussões que surgiram no ENEH e que vamos publicar aqui no blog nessas próximas semanas, surgiu um grupo que se organizou em tão pouco tempo, mas que sua luta já trouxe frutos, este é um grupo que fala sobre a opressão ao LGBT'S.
O Cahis Carrancas apoia este movimento e divulga o conteúdo da carta, para que todos entrem nesta luta, sabe porque?? CONTRA HOMOFOBIA, A LUTA É TODO DIA!!


MOÇÃO DE REPÚDIO AO ENEH TRANS

No dia 28 de junho de 1969, ocorreu em um bar chamado Stonewall Inn, em Nova York, quatro dias de forte repressão policial aos LGBT’s. Diante disso, os homossexuais se organizaram e realizaram um movimento com mais de dez mil pessoas. Tal dia se configura como o dia internacional do orgulho gay.

Atualmente a parada do orgulho gay perdeu seu sentido de reivindicação, luta e orgulho, sendo observado como um carnaval fora-de-época, a exemplo disto temos a vivenciação nos encontros estudantis, não tendo sido diferente no XXX ENEH.

Historicamente a pauta das opressões se tornou secundarizada, sobretudo nos movimentos de esquerda. Hoje o movimento homossexual não avança como deveria, seja pelas cooptações governamentais, mercadológicas ou por falta de politização. Lutar contra a opressão é lutar contra o capitalismo, pois compreendemos que o capitalismo se utiliza da opressão para explorar cada vez mais, então, entendemos que a FEMEH deve pautar com qualidade sobre o setor, e é nosso dever englobar a pauta das opressões, garantindo seu permanente avanço qualitativo, através de espaços, específicos e permanentes, de discussão e politização.

A opressão se dá no cotidiano dos LGBT’s, seja nos espaços de convívio social, no trabalho, sobretudo na Universidade. Portanto, o que denunciamos nesta carta é o reflexo de toda essa contextualização. Entendemos que a noite ENEH TRANS do XXX ENEH, acabou não contribuindo para uma modificação efetiva desse quadro, pelo contrário reafirmou a heteronormatividade e a estereotipação da homossexualidade, chegando ao ponto de ridicularizar os trans, dando, de fato, o verdadeiro tom da HOMOFOBIA.

Durante a festa, espaço este de pura contradição, os homossexuais sentiram-se oprimidos e calados frente as atividades como o desfile trans, as vestimentas, os comportamentos e de um espaço carregado de um discurso prejorativo e ofensivo.Descontentes com os acontecimentos, um grupo se formou de forma rápida e espontânea, reunindo mais de trinta pessoas com o objetivo de criticar e modificar radicalmente a forma como vem sendo tratada a discussão das opressões, principalmente aos LGBT’s, nos espaços estudantis.

Nesse sentido, esse grupo se propõe a discutir e contribuir na efetivação desses espaços e exige da FEMEH total comprometimento. Assim, propomos também que os setores em luta estejam em unidade na luta conta a homofobia, o racismo, o machismo e toda forma de opressão, para enfim objetivar o fortalecimento do movimento estudantil da história.

Contra a homofobia, a luta é todo dia!